A visita a este território britânico, enquadrou-se na viagem de 9 dias por Andaluzia. Estando ali tão perto, porque não passar a fronteira e conhece-lo? Acreditem que valeu a pena! 😉
Gibraltar está localizada no extremo sul da Espanha. Trata-se de uma pequena península, com uma estreita fronteira terrestre a norte. Tem apenas 6.8 km² e cerca de 30 000 habitantes. É famosa pelo seu maciço de pedra calcária que se eleva de forma impressionante do mar circundante, sendo por isso, também chamada de “Gib” ou “The Rock” (o Rochedo).
O nome Gibraltar origina-se na expressão árabe jabal al-Tariq que significa "montanha do Tárique". O nome é uma homenagem ao general muçulmano Tárique que no ano de 711 d.C. aí desembarcou, iniciando a conquista do reino visigótico na Península Ibérica e que pôs fim ao extermínio em massa de judeus naquela região.
Entrar em Gibraltar é como entrar num mundo à parte. Por ser território britânico, temos de passar uma fronteira e mostrar as nossas identificações, primeiro aos guardas espanhóis e depois aos britânicos (e aqui perde-se algum tempo pois há sempre filas).
Passando a fronteira temos o estranho aeroporto, e quando digo estranho é porque é mesmo caricato!! Este aeroporto, é o único no mundo cuja pista é cortada por uma avenida, pela qual passam diariamente pedestres e veículos. A Wiston Churchill Avenue é a rua que cruza o aeroporto.. Quando um avião tem de levantar vôo ou aterrar, a avenida pára, ninguém passa porque a pista de aviões separa a zona da fronteira da cidade em si.
Depois vemos os autocarros vermelhos de dois andares, as típicas cabines telefónicas inglesas, as matriculas dos carros, a língua inglesa em todo o lado. os preços em libras... tem até a sua própria moeda chamada de Libra de Gibraltar.
E quanto observamos com atenção os preços dos combustíveis, percebemos que é mesmo um mundo à parte!! 😀.
O território é pequeno, mas tem monumentos e locais que valem a pena visitar.
Ao longo dos séculos, Gibraltar foi alvo de confrontos e cercos de tropas inimigas, e por isso, o que não falta na sua encosta são túneis, torres de vigia e grutas.
Michael´s Cave ou Gruta de São Miguel, está localizada a 300 metros acima do nível do mar. É uma das grutas naturais mais espetaculares da Europa e possui uma beleza sem comparação devido à formação de estalactites e estalagmites.
Consiste numa série de galerias com impressionantes formações rochosas.
As formações minerais fazem lembrar um orgão de tubos de uma sé ou catedral.
Durante a Segunda Guerra Mundial, foi preparada para ser um hospital de emergência, no entanto, não chegou a ser utilizada para esse fim.
Atualmente, a gruta é uma espécie de auditório onde há concertos regularmente.
O interior da gruta é bem iluminado com lâmpadas de diversas cores, para chamar mais a atenção e melhorar a aparência de estalactites e estalagmites.
Um local a não perder 😉!!
Os espanhóis e os franceses disputaram esta terra incansavelmente.
De 1779 a 1783, durante o grande cerco franco-espanhol, o governador de Gibraltar mandou construir 113 metros de túneis para colocar armamentos na face norte do rochedo, e assim defender este lado, tendo conseguido manter a soberania inglesa sobre Gibraltar.
Durante a Segunda Guerra Mundial construíram mais de 52 km de túneis fazendo um verdadeiro labirinto de túneis no rochedo, conhecido como “The Great Siege Tunnels” ou “Os túneis do Grande Cerco”. São talvez o sistema de defesa mais impressionante concebido pelo homem.
Hoje em dia, estão transformandos num museu sobre a história de Gibraltar, e parte dos túneis pode ser percorrida.
Os canhões ficavam escondidos dentro do túnel e atiravam pelas aberturas em torno do Rochedo.
Quando subimos a "Rock" , encontramos uma outra atração 😀.....
Estes são uma espécie de macacos chamados de Macacos da Barbárie, (Barbary Macaques). Também existem em Marrocos e Argélia mas os que existem em Gibraltar são os únicos macacos selvagens livres que vivem na Europa.
Diz a lenda que enquanto houver estes macacos o Rochedo será Britânico, assim os gibraltarinos cuidam de seus macacos como se fossem deuses de um templo.
Para evitar que invadam a cidade em busca de alimentos, são alimentados com fruta e verduras diariamente.
Podem-se ver por toda a zona da Reserva Nacional do Upper Rock.
Mas, atençao! Eles não têm vergonha e roubam aos turistas tudo o que podem. Basta verem uma mochila ou mala meio aberta que sacam logo alguma coisa.
As recomendações são para não levar ou consumir alimentos e cuidado com seus objetos pessoais.
Eles até saltam para cima de nós, por isso não se assustem 😀 😉
Vejam como os bichitos são fotogénicos!! 😀
São, também, extremamente inteligentes, e há relatos que durante a noite descem até à cidade e roubam o que encontram.
Ao longo do passeio pelo rochedo, as paisagens são impressionantes. Pelo que vale a pena umas fotos .
Quando descemos do rochedo, podemos aproveitar e dar uma volta pela cidade.
A Praça Casemates (Grand Casemates Square) tem uma série de bares com música ao vivo e muitos restaurantes, pelo que é um bom local para fazermos uma refeição e apreciarmos o ambiente envolvente.
Estar em território inglês é sinônimo de comer "fish and chips" (filete de bacalhau panado e batatas fritas).
E para sobremesa, uma "apple pie" (tarte de maçã) 😋
A cidade possui uma extensa avenida de lojas...
Aqui há uma grande variedade de comércio, onde é comum encontrar artesãos, lojas de couro e de jóias.
Existem lojas livres de impostos pelo que é possível encontrar produtos com preços bem convidativos, além de ser uma delicia deixar-se levar ao caminhar pelas ruas do comércio.
Outro local também interessante de se ver é a Mesquita Ibrahim al-Ibrahim , conhecida como a Mesquita do Guardião das Duas Mesquitas Sagradas. Foi um presente do rei saudita, Fahd bin Abdulaziz al-Saud, aos muçulmanos da região. Estima-se que vivam cerca de 2.000 muçulmanos nas proximidades.
Acreditem, vale a pena a visita ao "Gib"!!!